Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Oração de Santa Teresa de Jesus

A oração em Santa Teresa

1. Experiência teresiana da oração

.

Todos sabemos que o acesso à experiência da Santa Madre é passagem obrigatória para compreender a sua palavra e a sua mensagem. Porque a experiência é a fonte do seu conhecimento, e é através da sua experiência que ela compreendeu os pontos fundamentais da vida cristã e a meditou, para que pudesse iluminar as vias sobre as quais avança a história da salvação pessoal, e das relações de amizade de cada um de nós com Deus.

Primeiro período: a oração fácil e espontânea: Teresa descobre a oração (V 1).

Segundo período: a oração difícil, árida, que vai da crise da adolescência à conversão definitiva, ocorrida em 1554 (V 1). A dificuldade que ela experimenta provém de uma dupla causa: de uma parte, a sua incapacidade para discorrer com o intelecto e a insubordinação da imaginação (V 4,8-9; 9,4); de outra a sua resistência em entrar no caminho do amor total, as contradições da sua vida. Deste tempo ela diz: "Parecia que eu quisesse, a todo custo, conciliar entre eles estes dois opostos - tão hostis um ao outro - como são a vida espiritual, as suas alegrias, as suas satisfações e os passatempos sensuais" (V 7,17). De outra parte, diz, queria ser fiel à oração, mas viver a seu prazer (V 13,6). Um drama autêntico na alma de Teresa: dividida entre Deus e as criaturas. "A ponto, confessa, que não sei como consegui suportá-la por um mês, e com muito maior razão por tantos anos" (V 8,2). Durante um ano ou mais Teresa abandona a oração (V 7,11; 19,5). Ela define mais tarde este abandono como a sua "maior tentação" (V 19,10). A sua vida era tomada por uma grande depressão moral: "o período no qual eu deixei a oração foi para mim pior que perder a vida" (V 19,11). O verdadeiro desastre é abandonar a oração, dirá ela por experiência própria (V 15,3).

Terceiro período: o início do terceiro período corresponde à entrada na vida mística. Ponto de partida é o ano de 1554, ano da sua conversão. Começa a romper com as ocasiões de queda e a dedicar-se seriamente à oração, a fim de que Deus abaixe-se literalmente até ela. Anotará muitas vezes esta concomitância. "Apenas comecei a fugir das ocasiões e a entregar-me mais à oração, o Senhor começou a oferecer-me de suas graças, quase que para dá-las a mim não tivesse esperado outra coisa que o meu consentimento em recebê-las" (V 23,2; cf. V 19,7; 9,9-10).

Uma leitura atenta da oração mística, em todas as suas formas e manifestações, nos levará a descobrir que, para além dos fenômenos e das repercussões psicossomáticas, a oração mística é uma comunicação de Deus, comunicação pessoal ao homem, a cada vez experimentada em níveis sempre maiores de interioridade, até a comunhão pessoal. Fica claro como a oração mística para Teresa é uma "relação de pessoa a pessoa", uma "relação de amizade". Na amizade as pessoas, os amigos, assumem um valor absoluto. Todo o resto passa inevitavelmente para o segundo plano. Assim chegamos ao modo no qual Teresa viveu a oração nos seus primeiros passos.

2. Modo de oração de Teresa

Poucas, mas precisas e preciosas, são os testemunhos que nós possuímos do modo ou da maneira de orar de Teresa. "Eu fazia todos os esforços para viver com o pensamento de Jesus Cristo presente em mim" (V 4,8). "Eis qual tinha sido a minha maneira de orar: buscava representar Jesus Cristo dentro de mim" (V 9,4). Este modo de oração reveste-se de um realismo extraordinário no momento da comunhão eucarística. Falando de si mesma na terceira pessoa, confia: ""Crendo verdadeiramente que o Senhor entrava na sua pobre habitação" (V 13,22). Deste modo de comportar-se na oração - mais tarde a chamará de oração de recolhimento - afirmará no Caminho: "Jamais soubre o que fosse orar com gosto, até que o Senhor me ensinou este modo" (C 29,7). Deste modo de oração ela tornar-se-á apóstola incansável, com uma convicção originada e sustentada por uma rica e grande experiência. Esta doutrina será reduzida a sistema no Caminho 26-29.

A sua experiência pessoal de oração vai levá-la a equiparar a oração à perfeição. Sendo uma relação de amizade, a oração concerne a vida inteira. A oração-amizade é totalitária e absorvente. Orar é escolher a Deus como amigo. Teresa encontrou a explicação da sua crise e o modo para resolvê-la, quando escreve: "Se eu tivesse correspondido com um pouco daquele amor que Vós começáveis a mostrar-me, não seria possível dá-lo senão a Vós, e isto teria sido o remédio para tudo" (V 4,4). Orar é "querer ser servo do amor" e "seguir no caminho da oração Aquele que tanto nos amou" (V 11,1). Viver para o Outro, para o Amigo. "Assim como vós vos colocastes em um estádio tão alto como aquele de querer tratar a sós com Deus, desertando os passatempos do mundo, que Sua Majestade nos guie para onde quiser, nós não nos pertencemos mais, nós somos seus" (V 11,12). A vida segue o andamento e o ritmo da oração. E a oração segue o andamento da vida. Nós somos o que é a nossa oração, ou seja, o que é a nossa amizade com Deus.

3. Mensagem teresiana da oração

.Da sua experiência de oração, Teresa passou a proclamar a sua mensagem. "Orar é ter uma relação de amizade, entreter-se muitas vezes, a sós e só, com Quem sabemos que nos ama" (V 8,5). Juntamente com as enormes ressonâncias bíblicas desta definição teresiana e à revolução que supõe na história da espiritualidade, quer chamar a atenção para o fato, já evidente, que a força da concessão teresiana da oração impulsiona as pessoas que vivem uma relação de amizade umas com as outras. A definição teresiana sublinha que orar é atender à Pessoa, a partir da própria pessoa: acolhida e doação, escuta e comunicação, troca.

Quando no Caminho ela perguntará expressamente em que consiste a oração mental (C 22), não retomará a definição que deu no livro da Vida, mas, de modo revelador, dirá no fim do capítulo: "a oração mental, filhas minhas, é entender estas verdades". Uma leitura atenta do capítulo nos fará descobrir que "estas verdades" não são abstratas. São verdades de Deus e do homem: descoberta orientada para o encontro existencial, "conformando a minha natureza à Sua" (ibid 7).

Teresa quer que toda a atenção de quem ora seja centrada sobre a Pessoa divina. Olhar a Pessoa. "Eu não vos peço que olhá-lo" (C 26,3). "Lembrai, no repouso do intelecto, que Ele vos olha" (V 13,22). Pouco importa o que Ele diz ou como o diz. O que interessa é que se fique com Ele. O ato da presença.

Atenção à Pessoa, diremos nós. E com um toque muito teresiano: atenção ao amor que Deus nos traz. Este amor se põe como elemento da definição: "com Quem sabemos que nos ama". Teresa anotará com cuidado, que a primeira lição do Cristo, Mestre de oração, é o amor que nos traz: "da primeira (palavra do Pai Nosso) compreendeis o amor que Ele tem por vós" (C 26,11). Saber-se amados. É este o ponto de partida para uma resposta de amor: o amor atrai o amor (V 22,4). Consequentemente, em todas as coisas é necessário considerar o amor que Deus nos traz; "Tudo o que vos incitará a amar mais, faça-o" (4 M 1,7). Encontro de amor, eis o que é a oração. É o encontro na verdade: a verdade de Deus e a nossa verdade. Na oração Deus se revela a nós, nos mostra a sua verdade: que Ele nos ama, que doa e se doa. "Deus gosta de dar" "Eele não se cansa de dar", e isto "sem limites". Ele busca alguém a quem doar". Este é o Deus que Teresa descobriu na oração. O conhecimento de alguém se obtém somente por meio da relação de amizade com ele.

É descoberta também de nós mesmos. Orar é "entrar no íntimo de si mesmo". Conhecer-se: a nossa riqueza, a nossa miséria, o nosso estado moral. Nós somos um palácio de diamante ou de puríssimo cristal. A nossa grande capacidade, dignidade, beleza. Estas são as primeiras palavras de Teresa que lemos no início do Castelo Interior. "Nós podemos conversar com ninguém a menos que Deus" (1M 1,6).

A oração nos revela também a nossa situação moral. Na oração ela diz que "via o triste caminho que percorria" (V 19,12), "compreendia melhor as minhas culpas" (V 7,17).

Encontro pessoal, a oração é também encontro transformante. A oração gera homens novos. "Cultivar a amizade significa reforçar e consolidar a amizade. É esta a tese que Santa Madre defende em todas as suas obras. A sua Autobiografia sustenta a tese que a oração nos transforma. E para comprovar esta afirmação, Teresa nos conta a sua vida, que é fruto da oração. A estrutura interna da obra responde a esta tese. O Caminho retorna sobre este sujeito: a oração é o caminho de perfeição; e as Moradas apresentam a oração como um movimento de interiorização, de aproximação ao centro de nós mesmos, onde vive Deus, e aí aprofundar as relações com Ele.

A Oração melhor será quanto mais ela renova a vida: "Eu não desejo outra oração que aquela que me faz crescer na virtude. Esta sim é a oração verdadeira! Não aqueles gostos que não fazem outra coisa que satisfazer-nos e nada mais" (Carta ao P. Gracián, 23.10.76; 133,8).

Consequentemente é suficiente observar a vida para discernir a verdadeira oração. Também quando se trata da oração mística: "é dos efeitos e das obras que seguem, que se reconhece a verdade desta oração: de fato para prová-la não há crisol melhor" (4M 2,8; cf. 6M 8,10; CC 53, 16).

Concretamente para discernir a verdade da oração basta observar a vida: "quereis, filhas minhas, conhecer o vosso grau de avanço: Que cada uma de vós olhe se se considera como a mais desprezível de todas (...) e não se há mais consolações espirituais na oração, mais êxtases, mais visões e outros favores do Senhor. Para conhecer o valor destes bens, é preciso esperar o mundo de lá" (C 18,7).

Porque é encontro de amizade a oração permanece essencialmente aberta ao crescimento e ao desenvolvimento. A oração não é algo de completo. A oração é uma realidade viva, dinâmica, em constante progresso.

É muito importante colocar em evidência esta dinâmica da oração, para não obstacular, mas ajudar positivamente a oração da pessoa em cada etapa do caminho.

A Santa Madre falou do dinamismo da oração com a linguagem imaginosa das comparações: os diversos modos de irrigar o jardim, na Autobiografia; os diversos graus de comunicação nas relações pessoais entre Deus e o homem, no Castelo. Nas duas comparações se vê como uma progressividade na descrição dos dois protagonistas: Deus e o homem. Cresce a atividade de Deus e , paralelamente, cresce a passividade do homem. No livro da Vida a Santa diz que o trabalho do jardineiro (o homem) às vezes é menos intenso, e, todavia, o fruto é melhor. Nas Mansões, o fato de apresentar a oração como um movimento de interiorização, coloca ainda mais em evidência os graus nos quais se situa este encontro: Deus e o hoem se encontram em níveis sempre mais íntimos e profundos (é este o significado das "mansões").

A oração mística é o campo por excelência do magistério teresiano. Ela tenta preencher uma lacuna existente nos tratados de oração (1M 2,7; V 14,7). Em outros termos, afirma a coisa mais importante desta relação de amizade, que habitualmente passa em silêncio, ou seja, que Deus obra. Ele é o agente principal. Assim leva-se o homem a uma titude de passividade-ativa, de escuta receptiva. A oração para Teresa é fundamentalmente, por parte do homem, tempo de escuta, tempo da manifestação de Deus. Epifania, desvelamento. É quanto faz ver a comparação que serve de trama `exposição do Caminho: Cristo - Mestre, o homem - Disípulo. Com isso indica a atitude que consentirá ao homem de ter acesso à cidade da oração, quando escreve: "aproximai-vos portanto a este Mestre, decididas a aprender o que Ele vos ensina" (C 26,11). Deus-Cristo ensinará na oração "àquele que quer acolher o seu ensinamento" (C 6,3; cf. 2M 1,3; 4,3; V 16,1; C 28,3...).

Quando se coloca a oração neste nível de encontro interpessoal, de mútuo amor, então se encontra a solução radical de um problema que sempre tem uma fundamental importância na práxis da oração: as distrações e a aridez. Teresa não se cansa de nos dizer que as distrações e a aridez não impedem o ato da oração, ainda que o tornam certamente mais difícil. A oração não é uma questão psicológica, mas teologal. Em mais de uma vez, ela afima que o homem pode estar com Deus mesmo "quando tem mil preocupações inquientantes e pensamentos mundanos" (V 8,6), "mesmo se é impossível ter um bom pensamento, não se deve desesperar" (V 22,11; cf 2M 1,9). É por isto que ela aconselha de "não fazer caso dos maus pensamentos" (V 11,11). Não é bom "deixar-se perturbar pelos nossos pensamentos, nem dar a eles importância" (4M 1,11).

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