Este «grande clamor», elevado até Deus para implorar a Sua misericórdia há-de caracterizar a Igreja do nosso tempo. [...]O homem contemporâneo interroga-se com profunda ansiedade quanto à solução das terríveis tensões que se acumulam sobre o mundo e se entrecuzam nos caminhos da humanidade.
Se algumas vezes o homem não tem a coragem de pronunciar a palavra «misericórdia», ou não lhe encontra equivalente na sua consciência despojada de todo o sentido religioso, ainda se torna mais necessário que a Igreja pronuncie esta palavra, não só em nome próprio, mas também em nome de todos os homens contemporâneos.
É, pois, necessário que tudo o que acabamos de dizer no presente documento sobre a misericórdia se transforme continuamente em fervorosa oração, num clamor a suplicar a misericórdia, segundo as necessidades do homem no mundo contemporâneo.
E que este clamor esteja impregnado de toda a verdade sobre a misericórdia que tem expressão tão rica na Sagrada Escritura e na Tradição, e também na autêntica vida de fé de tantas gerações do Povo de Deus. Com este clamor apelamos, como fizeram os Autores sagrados, para o Deus que não pode desprezar nada daquilo que criou (Sab 11, 24), para o Deus que é fiel a Si próprio, à Sua paternidade e ao Seu amor.
João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005 Encíclica «Dives in Misericórdia», cap. 8, § 15 (trad. copyright © Libreria Editrice Vaticana)
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